Durante todo o torneio o Vitória/BA encontrou pedras no caminho, chegou onde chegou, não por acaso e decide um importante título em casa, ao lado da confiante torcida
Uma final que cai como uma luva para o Santos/SP. Um momento em que é preciso se ganhar fôlego para que a equipe consiga melhorar no Campeonato Brasileiro e que retome os belos jogos, além da moral do quarteto desfeito recentemente.
Do outro lado da história, o Vitória/BA busca seu primeiro título nacional; o mais perto que esteve foi em 1993, quando levou o vice-campeonato contra o Palmeiras.
Com uma desvantagem no jogo de ida, na Vila Belmiro, perdendo por dois gols, sem conseguir marcar nenhum na casa do adversário, o time baiano vai com toda a sua força resgatar a possibilidade de levantar a taça em sua casa.
Torcidas felizes: a santista ri folgada já que tem uma vantagem importante, a do Vitória acredita na força do Leão no Barradão, onde não sofreu gols durante a Copa do Brasil, e venceu pelo placar mínimo de 2x0, marca que leva o jogo da quarta para os pênaltis.
A trajetória do Santos não foi nada difícil comparada a do Vitória. Diante de muitos contratempos o rubro-negro chegou à essa final bem desgastado e pode se recuperar na pausa para Copa do Mundo. Durante as fases iniciais e eliminatórias, Júnior, principal atacante foi acusado de falsidade ideológica, problemas domésticos, irregularidades no registro da CBF, e ainda sofreu com a morte recente do pai. Contusões e injustiças a parte o Leão baiano mostrou forças e chegou onde chegou não por acaso.
Além disso, dentre as muitas forças contrárias está a arbitragem, sempre causando prejuízos ao time baiano. Héber Roberto Lopes, no jogo de semifinal aplicou um cartão amarelo depois que Viáfara, goleiro e jogador de extrema importância para o time, bateu um pênalti com a "paradinha", que ainda era válida naquele momento. Isso depois que durante todo o torneio, Neymar e outros faziam a jogada em quase todas as marcações de penalidade máxima. Resultado, Viáfara não pode jogar no primeiro jogo, na Vila, e deixou a responsabilidade para o segundo reserva, Lee, que não deu bobeira e fez um bom trabalho como substituto do "El Paredón".
Para não sair da linha da má sorte com a arbitragem tão tendenciosa para os times de "camisa", Gacibas foi escolhido para apitar o primeiro jogo da final. Gacibas, deixou o quadro da FIFA depois de reprovação física; exatamente o que se viu no dia 28 de julho: um árbitro pesado, distante dos lances e que prejudicou o Vitória/BA, aplicando cartões amarelos sem critério, já que quando num lance semelhante para o Peixe, não era marcado uma falta ou não era dado cartão. Resultado: desfalque. Vanderson, meia do Leão não joga. Chorou em coletiva quando falou no assunto. O jogador é um símbolo da garra do Vitória e sente muito não jogar a decisão em casa.
Para receio do Vitória, mais uma notícia: o "sorteio" de Carlos Eugênio Simon para tomar conta do apito no dia 4 de agosto. Simon retorna da África do Sul, depois de arbitragem discutida no jogo Inglaterra e EUA, polêmica que envolveu os Ingleses, preocupados com a sua escolha na arbitragem. Simon é um árbitro de confiança da CBF, como todos os outros polêmicos são de "confiança da CBF". Polêmica em 2002, pela Copa do Brasil, quando o árbitro prejudicou claramente o Brasiliense, contra o Corinthians; também em Copa do Brasil, Simon prejudicou o Atlético Mineiro, favorecendo o Botafogo (outro time do eixo) ao não marcar um pênalti. E, recentemente, o árbitro interferiu na decisão do Campeonato Brasileiro ao não validar um gol legítimo de Obina pelo Palmeiras na etapa final do campeonato.
Ainda no ramo dos empecilhos, o Vitória encontra uma imprensa parcial e tendenciosa para o lado do eixo Rio-São Paulo. Reportagens sobre o clube da Bahia são raras, ou inconspícuas no meio de tanta manchete referente aos times das regiões sudeste e sul; quando aparecem em destaque são para diminuir ou criticar o time, que com muita força está na primeira divisão e se reestrutura para atingir objetivos maiores; até mesmo em território baiano o Vitória encontra jornalistas ou meios de comunicação que discriminam o time, sempre preferindo divulgar a imagem do bicampeão Bahia, atualmente na série B do Brasileiro.
Enquanto o Santos tem toda a estrutura pronta, montada, vantagens no placar, jogadores de qualidade, torcida maior, equipe técnica superior, apoio da imprensa, o Vitória vem com todos os contratempos, recursos puramente 'suficientes', poucos jogadores talentosos buscando um título inédito, que não é nem um pouco impossível de ser conquistado. E os Peixe pode se arrepender de, na Vila, ter perdido a chance de decidir o título.